domingo, 3 de julho de 2011

Novas coisas, coisas novas

Faz meses que não posto nada. Depois do meu último texto muitas coisas aconteceram, uma corrente de coisas ruins atravessou minha vida e me vi mais uma vez bem perdida. Apesar de tudo, tentei me manter forte não cair nos poços que já conheço.
Recentemente, novas brisas sopraram sobre mim. Tudo que parecia terrível foi amenizado e coisas novas e boas, muito boas apareceram.
Estou feliz por estar atriz. Estar com peças em cartaz, ter a oportunidade de conviver com diversas pessoas e aprender, aprender muito.

Cada vez que estou deitada no palco, no início de "Sappho de Lesbos", penso: "Antes e depois de tudo, é aqui que eu quero estar". É isso, é simples.
Procuro fazer o melhor do meu trabalho, procuro o reconhecimento do público e dos colegas, mas antes de começar a me botar pra baixo, questionar meu talento me lembro que estou onde quero estar.

Essa é uma sensação que nunca tinha sentido com tanta intensidade. As coisas estão sempre muito instáveis, mas com muito tesão sei onde estou e onde posso chegar.
Estou realmente apaixonada, suspirando pelos cantos. Apaixonada pelo teatro e por algumas pessoas incríveis, exóticas e encantadoras com quem tenho convivido.

Estou inventando paixões e reforçando meus amores! É tudo novo demais pra passar com calmaria, quero excitação e paixão, uma pitada de loucura não faz mal a ninguém.
Não estou poética hoje, nem trazendo nada de novo a ninguém. Escrevo a mim, que sempre procuro por lembranças de mim mesma.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Hora de migrar

Nossa! Que coisa cansativa essa tal de vida.
Estou exausta, muito cansada e sem forças. Por quê? Acordei assim.
Esses dias frios e chuvosos parecem sugar minha força, o pessimismo toma conta de mim e a vontade de sair da cama é mínima. Eu sei que parece choramingação, e é, mas não sei como explicar.
Se pareço desanimada demais e alguém percebe invento ou disfarço um motivo, mas não é nada é só um cansaço que toma conta de mim.
Hoje passei o dia inteiro pensando: "Por que não calo minha boca?" Disse coisas desnecessárias buscando uma atenção de quem não tem nenhuma obrigação.
Tenho medo de falar com qualquer um que vá me dizer: "Você tem que voltar a tomar os remédios!" Não quero ouvir isso. Não quero viver uma felicidade manipulada em farmácia para sempre!
Amanhã posso acordar bem, com pensamentos bem diferentes, ou não! Mas se eu optar por não tomar os remédios acho que terei de conviver com essa incerteza o resto da vida.
O que vou fazer se em momentos marcantes da minha vida eu acordar desse jeito? Não sei, mas acho que é uma dúvida que tenho que aturar.
Tenho vontade de migrar em dias assim. Os pássaros mudam de lugar quando o tempo muda, por que eu não posso?

Eu realmente espero acordar bem amanhã, ou pelo menos, acordar.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sonhos de luar

No último fim de semana voltei a ser perseguida por uma presença iluminada: a Lua. Vivi momentos incríveis com amigos, aproveitei a natureza e tudo que ela pode me oferecer.
Dançar forró a luz da Lua em uma praia onde não havia nenhum tipo de luz elétrica foi um momento com certeza inesquecível. Sentir a música me levar, a Lua me proteger e o mar me libertar é o tipo de sensação que quero levar para a vida inteira.
Desde então, sinto que a Lua está me olhando todas as noites enquanto vagueio por São Paulo. Em meio as minhas fracas crenças, creio ser olhada e protegida por essa força!
Agradeço a amigos que estão vivendo esse momento de mudança comigo, muitas coisas estão acontecido na minha vida profissional e pessoal.
Novos amores vem nascendo em mim a cada manhã e me fazendo sonhar, sonhar muito. Se for pra sonhar, que seja sonhos de amor! "Ninguém vai dormir nossos sonhos!"
Agora estou tentando superar os obstáculos da minha rua escura com a ajuda dessa luz que me cobre! Creio que bons ventos virão me levar para novos caminhos.

Cananéia- 17/04/2011

Evoé e que as boas forças nos acompanhem!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"O fim é triste, incerto...depende de como você vê!"

Acabei de ter uma pequena crise, até saudável eu diria. Ouvi uma música que não ouvia há meses por acaso. Essa música é muito representativa, ela é uma época, um grupo de amigos, um lugar, um amor e muitas descobertas. Bateu uma saudade absurda de quem sabe que nada nunca volta. Vieram lembranças e a dor de ter tido que reconhecer o fim dessa época!
Chorei, chorei porque não consegui controlar, aí que saudade de chorar. Há tempos eu não chorava com tanta intensidade, os remédios não deixavam. Rolei na minha cama com aquele choro que dá vontade de vomitar de tanta dor no estômago. Foi então que eu acordei, disse pra mim mesma "agora chega, já desabafei, acabou"!
Acho que era isso que eu não sabia fazer tempos atrás, quando eu chorava por horas a fio, me arranhando, gritando e soluçando.
Hoje, eu levantei, me despi e tomei banho. Um banho longo e calmante, pensei se devia ligar pra algum amigo e pedir ajuda. Saí do banho e me olhei nua no espelho, eu estava limpa muito limpa, mas com uma mancha de sangue no rosto (nota: nunca chore muito se você tem um piercing de argolinha no nariz). Limpei o sangue e pude me olhar de novo no espelho.
Foi bom "desabar água", foi bom sentir saudade, foi bom ter vivido tudo aquilo. Acho até que chorar tira celulite! Juro!
E por hoje, chega de chorar. Não precisei pedir socorro, eu me socorri, sou forte e espero o amanhã!
Vou dormir na esperança de bons sonhos e coração em calmaria.

Boa noite à todos! Obrigada pelas visitas!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"I wanna a perfect body, I wanna a perfect soul"

Faz algum tempo que não escrevo porque estou passando por uns dias difíceis. Faz duas semanas que eu não tomo os remédios, com acompanhamento médico. E em um passo de mágica oque meu otimismo e minha auto estima sumiram. Sinto um cansaço absurdo o dia inteiro, meu corpo reage com suor frio e tontura, mas na verdade não sei se é a falta do remédio ou apenas meus "special days".
Estou com medo, muito medo de que eu volte a ser como há um ano atrás e que todo aquele desespero volte. O que me resta agora é exibir um otimismo forçado a mim mesma que me faça acreditar que tudo vai ficar bem. Tenho que lembrar que não estou sozinha e dessa vez estou mais forte que nunca. Ela não pode tomar conta de mim!
Cabe a mim a escolha:
Passar a vida presa a "drogas" para me sentir como mim mesma ou Criar forças internas para que eu mesma consiga habitar meu corpo?

Para quem não tem idéia do que é depressão, eu tenho uma boa metáfora. É como estar preso em uma música do Radiohead.

quarta-feira, 30 de março de 2011

"Quando vier o amanhã"

"Quando eu era jovem pensei em várias coisas:
Pensava que precisava de liberdade,
Mas foi dito que eu precisava de direção.
Pensava que poderia tomar minhas próprias decisões,
Mas foi dito que eu tinha obrigações.
Pensava que poderia seguir o meu sonho,
Mas foi dito que eu devia seguir as regras.
Quando eu era jovem pensei em várias coisas:
Mas agora eu sou mais velho e todos os meus sonhos se foram."
                                                 (Trecho de "Quando vier o amanhã" de Peter O'Connor, pág.24/25)

Hoje eu engoli esse pequenino livro, que em poucas páginas conta uma bela história. Não é uma história surpreendente, nem inovadora, é apenas uma história que nos remete a repensar em nossa maneira de viver.
O texto traz a máxima do "viver agora" e, por isso, me remeteu ao filme "Tudo acontece em Elizabethtown". Ambos me deixaram a mesma ânsia de viver, de correr atrás de sonhos e de viver o presente.

Morro de vontade de viver loucamente (e já o faço). Quero muitas viagens e aventuras, assim como a maioria de meus amigos! Mas, como muitos, ainda sofro com o medo do Desconhecido (sim, é com maiúscula).

Espero poder respirar fundo e me entregar ao Desconhecido sempre que for preciso em minha vida! Com 18 anos, sei pouca coisa sobre viver, mas sei que dos meus sonhos e da minha liberdade não posso me desvencilhar nunca!

Recomendo tanto o livro quanto o filme para aqueles que desejam reavivar sonhos e gozar do desapego!

terça-feira, 29 de março de 2011

"A questão de existir um Deus"

Hoje estava lendo Bertold Brecht e lembrei do meu questionamento sobre a existência de um Deus. Aos 14 anos, desisti de acreditar em Deus. Minha razão falou mais forte e deixei toda a fé que tinha de lado. Fui criada em um colégio católico e admito que foi difícil parar de rezar todas as manhãs junto aos meus colegas de sala.
É fácil não acreditar em um Deus quando não se precisa dele, mas tudo muda quando se precisa.
Durante minhas crises de choro e desespero, tudo o que eu queria era ter um Deus para mim. Mas a essa altura não podia pedir nada a alguém em quem eu dizia não acreditar.

"Alguém perguntou ao Sr. K. se existe um Deus. O sr. K. respondeu: "Aconselho refletir se o seu comportamento mudaria conforme a resposta a essa pergunta. Se não mudaria, podemos deixar a pergunta de lado. Se mudaria, posso lhe ser útil a ponto de dizer que você já decidiu: você precisa de um Deus".
                                                                                                Bertold Brecht

Procuro, hoje em dia, um Deus, em todos os cantos, com letra maiúscula ou minúscula. Algo ou alguém que me faça crer que tudo pode melhorar em qualquer situação! Aos poucos sinto essa presença dentro de mim, espero que permaneça aqui!
Se não, vou procurar em jornais, revistas, em sites, usar incensos, velas, rosas, rezar, orar, cantar! Hei de fazer de tudo para encontrar-te ou encontrar-me!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Marcha soldado!

Hoje conheci um senhorzinho de 80 e poucos anos chamado Mário, ele é muito sorridente e carinhoso. Há 2 anos, ele vem perdendo seu passado e as poucas coisas que construiu nele. Não reconhece seus filhos, sua mulher ou seus netos (inclusive eu). Restou muito pouco do antigo Mário: uma certa rejeição quanto às enfermeiras que dão banho nele e trocam suas roupas por serem mulheres e uma música! De todas as músicas que ouviu durante sua vida só sobrou "Marcha soldado, cabeça de papel, se não marchar direito vai preso para o quartel!"
É essa música que ele canta todo dia junto com as enfermeiras, antes de comer, de ir ao banheiro ou de ir ao jardim.
Por que essa música? Uma música infantil, que provavelmente ele aprendeu ainda na sua infância. A unica parte do seu passado completamente viva. Passado que eu nunca conheci e hoje sei que nunca vou conhecer.
Ao contrário do Mário de hoje, o avô que tive minha vida inteira nunca se permitiu muitas aproximações, sorriu pouco e eram poucas as demonstrações de carinho. Imagino eu, que meu avô sempre teve medo de ser preso no quartel!
Eu realmente espero que se um dia perder tudo que tenho, eu ainda cante:

"Se essa rua, se essa rua fosse minha 
eu mandava, eu mandava ladrilhar
com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes
para o meu, para o meu amor passar."

quarta-feira, 23 de março de 2011

"Todo fim é um recomeço!"

Resolvi ressuscitar o blog por diversos fatos que ocorreram na última semana. Minha vida tem mudado muito e sinto vontade de me expressar, de gritar para o mundo minhas vitórias e derrotas!
Um dos fatos que me fizeram voltar ao blog aconteceu 2 dias atrás no shopping Center 3 da Paulista, enquanto eu fazia a cabine de imprensa para o filme "Atividade Paranormal em Tóquio". Eu senti um cheiro incrível de amêndoas, pois é, amêndoas! E tive um incrível momento epifânico onde senti vontade de contar tudo o que passei nos últimos meses.
Sou uma depressiva de 18 anos em recuperação e acredito que algumas pessoas vão gostar de ler meus relatos, sejam amigos, depressivos, ex-depressivos ou apenas loucos!
Sei lá porque o cheiro de amêndoas me trouxe a isso, mas aqui estou!

Para esse recomeço, exclui a maioria dos posts desse blog que consistiam em poemas reflexos das minhas depressão e deixei apenas os dois primeiros textos postados aqui. O primeiro reflete um momento no qual eu acreditava imensamente no poder da cura e da superação (coisa que perdi meses depois) e o segundo fala sobre liberdade, fator essencial em minha vida (que fui incapaz de enxergar por algum tempo) e agora volta a tona com tudo!

Pretendo também falar sobre o teatro, sempre muito presente em minha vida, sobre cinema e música, coisas que vem me encantando desde sempre!

"Saiba que todo fim é um recomeço. Da vida eu quero amor, o resto eu desconheço"
                                                                             Móveis Coloniais de Acaju